Os
Druidas eram sacerdotes e sacerdotisas dedicados ao aspecto feminino da
divindade: a Deusa.
Eles não admitiam que a Divindade pudesse ser cultivada dentro de templos
construídos por mãos humanas, assim, faziam dos campos e das florestas mais
suaves - principalmente onde houvessem antigos carvalhos - os locais de suas
cerimónias.
Os druidas eram parte da antiga civilização Celta, povo que se
espalhava da Irlanda até vastas áreas no norte da Europa ocidental,
incluindo a Bretanha Maior e Menor (Inglaterra e norte da França) e parte do
extremo norte da península ibérica (Portugal e Espanha). Dominavam muito bem
todas as áreas do conhecimento humano, cultivavam a música, a poesia, tinham
notáveis conhecimentos de medicina natural, de fito terapia, de agricultura
e astronomia, e possuíam um avançado sistema filosófico muito semelhante ao
dos
neoplatônicos.
A mulher tinha um papel preponderante na cultura druídica, pois era vista
como a imagem da Deusa, detentora do poder de unir o céu (o Deus, o eterno
aspecto masculino) à terra (a Deusa, o eterno aspecto feminino). Assim, o
mais alto posto na hierarquia sacerdotal druídica era exclusividade das
mulheres. O mais alto posto masculino seria o de conselheiro e "mensageiro"
dos deuses.
Desde
a dominação romana, a cultura druídica foi alvo de severa repressão, por
isso hoje sabemos muito pouco sobre deles, apesar de o próprio Júlio César
reconhecer a coragem que os druidas tinham em enfrentar a morte em defesa de
sua cultura. Sabemos que eles possuíam suficiente sabedoria para marcar
profundamente a literatura da época, criando uma espécie de áurea de
mistério e misticismo (e eles, de fato, eram místicos), sendo reverenciados
e respeitados como legítimos representantes dos deuses. O Povo Celta, como
um todo, construíra-se dentro de uma tradição eminentemente oral, ou seja,
não usavam a escrita para transferir seus conhecimentos fundamentais -
embora conhecessem uma forma de escrita chamada rúnica.
Por isso após o
domínio do cristianismo - que no início foi bem recebida pelos próprios
druidas, quando o poder da Igreja de Roma ainda não era suficientemente
forte e corrompido ao ponto de distorcer a mensagem básica de
Jesus
de tolerância e amor - perdemos muito desta maravilhosa civilização, e,
juntamente, perdemos muito da história dos Druidas, e até hoje muita coisa
permanece envolta em mistério: sabemos que realmente eles existiram entre o
povo Celta, porém eles não eram propriamente originários desta civilização,
então de onde vieram os Druidas? Seriam eles os tão terríveis
Bruxos
avidamente perseguidos pelo fanatismo cego e ambiciosa da Igreja Católica
Romana? Foram eles quem ajudaram o bretões a se livrarem dos saxões?
Teria realmente José de Arimatéia (discípulo de Jesus) encontrado abrigo
entre eles? A história dos Druidas se esconde frequentemente entre diversas
lendas, como a do Rei Arthur, onde Merlin e a meia-irmã de Arthur, Morgana,
eram Druidas.
Na verdade quando estudamos sobre os Druidas, temos diante de nós apenas
fragmentos de narrações, algumas lendas e muita oposição eclesiástica, cujo
ódio aos Druidas e a todos os outros povos pagãos é forte demais para que
seus textos nos sejam uma fonte confiável de informação.
A sensação que
temos é a de embarcar num Mundo totalmente diferente, mágico, fantástico,
como se tomássemos a lendária barca que nos leva à ilha sagrada de Avalon,
cercada de brumas, onde vive um povo incrível e misterioso. |